terça-feira, 17 de julho de 2012


[…] E ela sentia uma dor, uma enorme dor dentro do peito. Era como se tivessem tirado uma parte dela e levado pra bem longe. Lembrou dos sorrisos, das pequenas alegrias vividas. Lembrou também de todas as coisas que um dia existiram, e que não voltariam nunca mais. Não tinha espaço pra tanta saudade dentro daquela menina, então uma parte saia através dos seus olhos, e corriam aquelas lágrimas todas. Como se ali dentro existisse um oceano inteiro. Deu saudade, deu saudade até demais.Mas que mal há nisso? A gente sente saudade de quem a gente gosta mesmo. Ela sentia seu coração quebrado todas as vezes que olhava aqueles retratos, e via seu passado. Um passado tão lindo, tão cheio de amor. Ah esse amor! O amor foi embora, mas ficaram as lembranças, a saudade, o desejo de estar com ele. E a saudade que ela sentia não era pouca, era absurda. Era como se ele fosse o ar que ela respirava, era como se ela precisasse daquele guri pra viver. De fato precisava sim, e muito. Só que muita coisa tinha mudado, ele já não estava mais ali, nem seu corpo, nem sua alma, nem o seu coração. E ela por mais que sofresse já tinha se acostumado a viver de lembranças, e como era só isso que lhe cabia sentir, a menina morria de saudade.